ABORTO DE ANENCÉFALOS – PARTE 4: Adoção de novas regras sobre o aborto.



Muitos paises adotam leis permissivas quanto ao aborto, principalmente as nações mais ricas e com alto índice de desenvolvimento humano, com liberação total ou parcial frente ao aborto. A permissividade quanto ao aborto não pode ser leviana a ponto de descartar uma vida em potencial de forma irrestrita, primeiro pelo fato de que nossa sociedade por toda a sua perspectiva moral e religiosa não o aprovaria, e segundo por não haver uma estrutura capaz de manter tal lei vigente, pois se a lei tem a finalidade ecumênica, o Estado deve disponibilizar o apoio médico e psicológico para aqueles que não detem recursos para fazê-lo em clinicas particulares, fato que hoje ocorre ilegalmente em clínicas que usam outras atividades como fachada para tal atividade, como clínicas de estética e assemelhadas. Hoje, as mulheres que não possuem recursos e praticam o aborto ilegalmente, de formas agressivas a saúde, qual resultam em hemorragias, perfurações uterinas e até mesmo septicemia, infecção generalizada que atinge a corrente sangüínea e que destrói os glóbulos brancos e vermelhos, e pode ser mortal. Estas mulheres procuram lugares sem qualquer condição de higiene, e pessoas com nenhum conhecimento profissional, se utilizam de métodos perigosos, e após o aborto, recorrem aos hospitais públicos para sanar os prejuízos físicos.
Conforme dados divulgados pela revista Época, na edição de número 465 de 16 de abril de 2007, cerca de um milhão de abortos são feitos no Brasil, destes, apenas dois mil foram feitos de forma legal, contudo cerca de duzentos e vinte mil curetagens, procedimentos de raspagem do útero necessário após o aborto, foram feitos pelo Sistema Único de Saúde, contudo não se mostra muito inteligente acreditar que todas estas intervenções foram feitos devido a abortos espontâneos.[1]
No Brasil, o aborto é a terceira causa de mortalidade materna, atrás apenas de casos como hipertensão durante a gestação, e hemorragias não provocadas. Como já foi citado, as mulheres com maior poder financeiro recorrem a clinicas ilegais, contudo com grande aparato médico, e com todos os recursos para qualquer eventualidade no procedimento abortivo, estas clínicas se utilizam de fachadas de clinicas de estéticas e semelhantes para se justificarem quanto ao equipamento médico e os profissionais, e em alguns casos, e conforme o pagamento a mulher tem até acompanhamento psicológico após o aborto. As mulheres pobres e desesperadas descobrem enfermeiras ou pessoas se nenhum preparo ou formação na área da saúde, que ajudam o abortamento, e em alguns casos até pagam para tal procedimento. Estas pessoas se utilizam de métodos como introdução de sondas feitas com arames, objetos pontiagudos numa sonda, de medicamentos ilegais, ou de chás, e quando começam a sangrar são orientadas a procurar um hospital público, dizendo que sofreram um aborto espontâneo. Toda esta cadeia gera custos aos cofres públicos, no ano de 2006, o Ministério da Saúde gastou cerca de R$35 milhões com a internação de mulheres. Não se foi feito um estudo para dizer qual seria o custo da legalização do aborto, contudo especialistas estimam que seria mais barato o custo da legalização do que com o atendimento de mulheres em risco de morte.[2]
Se a discussão é acerca da não destruição de uma nova vida, devemos rever quantas vidas de mulheres são perdidas devido a abortos mal feitos. As mulheres que podem pagar entre três a cinco mil reais por um aborto ilegal, mas seguros, correm riscos mínimos de complicações como sangramentos ou necessidades de internação, cerca de 2%. Assim a clandestinidade do aborto é extremamente cruel com as mulheres que não podem pagar um procedimento seguro.
Em pelo menos um ponto aqueles que são contra ou a favor ao aborto entram em consenso: que mulher nenhuma merece passar por um aborto, por mais simples que seja o método, assim como se for bem seguro, os transtornos físicos e principalmente psicológicos são de sofrimento incompreensível, ocorre um trauma único em cada mulher.
CONTINUA...

REDAÇÃO
AFM

[1]Revista Época, Edição 465 de 16 de Abril de 2007, São Paulo, Editora Globo, 2007, pagina 85.
[2] Revista Época, Edição 465.Op. Cit., p.85.

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