CONVERSA FILOSÓFICA 4: NÚMEROS, TEORIA DO GUINU E CELEBRAÇÕES!


Vivemos num mundo com milhares de quilômetros, com tanta água que sua pronuncia é impraticável, cerca de 135.000.000.000.000.000.000 litros de água. Temos calor, frio, vento, mata, deserto, milhões de espécie de seres vivos de toda ordem, conseguimos elencar, manusear, manipular, dezenas de minerais, gases. Conseguimos industrializar, copiar, fabricar e estudar praticamente tudo que é possível, só de seres humanos somos mais de sete bilhões.
Quantos números não? E apesar de tudo isso, ainda somos limitados, frágeis, por vezes ignorantes e instintivamente animais. Temos medos irreais, sentimentos obscuros, comportamentos irracionais.
Com infinitas possibilidades que o mundo nos oferece, a maioria das pessoas fazem de suas vidas medíocres, algo totalmente vazio, desprovido de razão, emoção ou aventura, vivem suas vidas como num modo automático, deixando-se guiar por prerrogativas de comportamentos pré-moldados, concepções e pensamentos comprados como se fossem bons, estigmas impostos que aceitam e vivenciam de bom grado. Aceitam os rótulos que dizem que isso tem que ser assim, e isso tem que se desse outro modo. Sem questionamentos ou ponderações. É incrível como o niilismo não se limita só no campo das crenças metafisicas e filosóficas, ele se estende para a própria vida da maioria das pessoas, nascendo, crescendo, vivendo e morrendo sem deixar nenhum monumento para traz, vivendo apenas, pura e simplesmente, mas não puro e simplesmente como deveria ser, puro e simplesmente no que tange a não deixar nenhum legado. Não estamos falando de mudar o mundo ou ser o último herói da resistência, mas sim de deixar um legado pelo menos para aqueles que estão ao nosso redor, no nosso convívio. Hoje somos obrigados a conviver, a aceitar e quase a gostar por imposição das massas a estética da pobreza, a falta de bom gosto, o desmoronamento da arte e da cultura.
A massa incentiva suas crianças a ser o mc qualquer coisa, em vez de serem um Chico Buarque, um Caetano, incentivamos a gostarem de Restart e quaisquer outros coloridos fúteis em vez de apreciar a boa música dos Engenheiros do Hawaii, Biquíni Cavadão, Legião Urbana entre inúmeros outros, independente do gênero, deste que acrescente alguma coisa. Mas hoje só ouvimos funk e axé, estamos no velório do presidente, na visita da rainha da Inglaterra, na celebração da Páscoa, no ato de lembrança dos mortos da guerra enfim, em qualquer situação só existe axé e funk, vamos chamar a Rainha Beth para ir até o chão, chão, chão.
Incentivam nossas crianças e adolescentes a serem fúteis e vazios, como que se a prerrogativa para ser adolescente fosse: SEJA IDIOTA, PENSE E SE COMPORTE COMO UM IDIOTA, TENHA PENSAMENTOS E OBJETIVOS DE UM IDIOTA, POIS ASSIM VOCÊ TAMBÉM SERÁ UM ADULTO IDIOTA!
Já é um erro essas invencionices modernas de negocio de adolescente, pré-adolescente, jovem e todo este blá, blá, blá, mas isso é assunto para outra postagem.
É incrível como tudo evoluiu, como as coisas melhoraram, como as pessoas que antigamente não tinham acesso a certas coisas hoje tem, bem como aumentou a renda das pessoas e consecutivamente das famílias. E o pior é que a cultura, conhecimento e sabedoria não evoluíram aos mesmos passos, pelo contrario, parece que está diminuindo de forma proporcionalmente inversa. E o pior: celebramos a tudo isso!
Entristeço-me de pensar de como será o futuro para o qual estamos caminhando se as coisas continuarem desta forma, com as pessoas tendo cada vez menos educação, conhecimento, sabedoria e cultura e não fazendo questão nenhuma de mudar isso. Até parece que ocorre uma apreciação e incentivo para que as coisas sejam realmente assim, para que a massa seja assim, pois desta forma é mais fácil de manipular.
Tenho uma teoria para este comportamento do ser humano, e este comportamento se assemelha como o comportamento do guinu, o guinu é um animal semelhante a uma vaca, vive na África e é conhecido pelas suas grandes migrações. O guinu é um animal que tem um líder, qual o conduz para locais com pastos verdejantes e em busca de água. Os guinus seguem piamente ao seu líder, e se este se lançar num rio cheio de crocodilos todos os demais o fazem, se ele errar o caminho todos erram e assim alguns morrem, se perdem, mas a massa sempre consegue viver. O ser humano quando está na situação de massa é como os guinus, seguem um líder piamente, um ou outro pode até não segui-lo porem fica pelo caminho, ou não consegue mudar o destino de todos, o ser humano quando em massa, torna-se ignorante, manipulável, violento, e egoísta. E é surpreendente como pessoas influentes conseguem se fazer ouvir e seguir, fazendo desde pequenos comportamentos ruins até atrocidades. Hitler assim o fez com a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, para citar um exemplo mais emblemático. A massa é uma força bruta, que pode ser usada para o bem e para o mal, e no atual grau de evolução do ser humano, quase sempre é usada para o mal, mas isso também é assunto para outra postagem.
Sendo assim como inúmeras possibilidades, com todo um mundo para as pessoas desfrutarem, com tanta gente para se trocar experiências, com toda a informação que se tem acesso, com todas as facilidades que possamos obter, cada vez mais as pessoas se enclausuram em vidas solitárias, obscuras, as vezes promiscuas, sem motivos ou objetivos, vivem apenas por viver, esperando a morte chegar, sem nenhuma conquista, realização, perspectiva, com amigos que não sabem quem são, em relacionamentos baseados em mentiras e premissas rotuladas. Falta clareza, falta objetividade, falta verdade.
Uma vida baseada no niilismo, mas hipocritamente camuflada pelo verniz da modernidade. Uma vida sem nada, mas orgulhosamente celebrada.
Por fim, então vamos celebrar a estupidez do povo, nossa politica e televisão! Vamos celebrar a fome, não se ter a quem ouvir e não se ter a quem amar, vamos celebrar nossa tristeza, vamos celebrar nossa vaidade! Vamos celebrar nossas escolas, nossas estradas e todos os mortos por falta de hospital, vamos celebrar o horror de tudo isso com festa, velório e caixão, infelizmente não está tudo morto e enterrado, mas então vamos celebrar a estupidez de quem transcreveu essa canção! *

* Perfeição, Legião Urbana.

REDAÇÃO
AFM

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