PUTA QUE PARIU! ELEIÇÕES 2014 – DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS.


Caríssimos e raros leitores, ontem, dia 26/08 ocorreu na BAND, emissora do Grupo Bandeirantes, o primeiro debate com os presidenciáveis da eleição de 2014. Neste debate, que durou aproximadamente três horas, participaram sete  candidatos, sendo: DILMA ROUSSEF - PT atual presidente que postula a reeleição. AÉCIO SNOW NEVES - PSDB, MARINA SILVA - PSB, PASTOR EVERALDO - PSC, LUCIANA GENRO - PSOL, EDUARDO JORGE - PV e LEVY FIDELIX - PRTB.

Alguns candidatos não participaram como o caso dos candidatos EYMAEL - PSDC, RUI PIMENTA - PCO e JOSÉ MARIA - PSTU.

Como não poderia ser diferente, o principal alvo dos debatedores foi a Presidente Dilma Roussef, qual de um modo geral conseguiu na maioria das vezes refutar os ataques, sempre citando números de seu governo e fazendo críticas aos governos anteriores do PSDB. Inicialmente a Presidente parecia um pouco irritadiça ou cansada, mais logo entrou no “clima”. Aécio Neves também se saiu bem, até citando positivamente o governo Lula, porém não poupou criticas a gestão de Dilma. Marina Silva, com certeza foi o destaque, sempre com tom conciliador, citando que tanto PSDB como PT trouxeram benefícios para o país, porém também cometeram erros nas respectivas gestões. Em alguns momentos, Marina não respondeu diretamente ao questionamento, como em uma pergunta sobre o fator previdenciário, qual a candidata se esgueirou, disse que buscaria melhorias, mais não respondeu diretamente a pergunta. Contudo o tom conciliador, não fez com que Marina afrouxasse no debate, fez críticas aos candidatos do PT e PSDB. Outro destaque, na minha opinião, foi o candidato do PV, Eduardo Jorge, fazendo excelente colocações para os três candidatos principais. O pastor Everaldo deixou um pouco a desejar, com algumas respostas, às vezes evasivas, parecia mais disposto ao discurso pronto do que resposta de improviso, sempre pautada previamente. Levy Fidelix queria mesmo era ir para a briga, porém não conseguiu muitos embates diretos, pois quando teve as chances de pergunta, conforme regras, os presidenciáveis mais importantes já tinham sido questionados, logo sobrou os candidatos menos vultosos. Luciana Genro, se demonstrou bem firme em suas respostas, abordou assuntos sempre delicados e qual os candidatos tendem a fugir, o que não foi o caso, de nenhum dos debatedores, como a legalização da maconha, a questão do aborto, e também sobre reforma agrária.

O debate foi muito positivo, principalmente porque na maioria dos casos, os candidatos não fugiram dos temas perguntados, não ocorreram agressões diretas entre os candidatos, fazendo necessário o uso de direito de resposta. Todos os presidenciáveis sempre se mostraram firmes, defendendo suas opiniões e posições partidárias.

Aécio e Dilma, na grande parte do debate, defenderam mais do mesmo de suas posições partidárias, sempre se defendendo com ataques ao adversário e usando números, no caso de Dilma de sua gestão como presidente e também da gestão do PT, e Aécio como governador do estado de Minas Gerais, e dos mandatos anteriores do PSDB. Aécio quando questionado sobre aborto, disse que é a favor da manutenção da lei como está, e que particularmente é contra. Dilma não foi questionada sobre o tema, e também não foi questionada sobre legalização das drogas. Dilma disse que o PSDB quebrou o Brasil 3 vezes, disse que o PSDB queria mudar o nome da Petrobrás e que conseguiram derrubar uma plataforma de petróleo. Citou sobre estarmos passando por uma das piores crises econômicas mundial, e ainda sim conseguir manter a economia de certa forma estável.  Em contrapartida, o candidato do PSDB disse que o governo surfou na estabilidade e herança deixados pelo governo de seu partido, porém que a herança tinha acabado. Convidou Dilma a pedir desculpas por fuder tornar a Petrobrás em uma empresa problemática e que hora ou outro aparece nas páginas policiais, e que ele sim representava a mudança, ao contrario de Marina, que era apenas uma aventura. (só faltou cantar: ♫♪ Sonhos de uma noite de verão ♪♫).

Marina citou algumas vezes o finado Eduardo Campos, falou muito de nova política, de mudanças, mais principalmente de usar aquilo que todos os partidos possam oferecer de melhor, citando inclusive candidatos de outros partidos a deputado e senador. Respondeu a questionamentos importantes sobre meio ambiente, e citou que as concessões mais complicadas foram feitas em seu mandato como Ministra do meio ambiente, disse que não é contra o agronegócio, e sim de modelos sem sustentabilidade. A candidata não foi questionada diretamente sobre aborto e sobre a legalização de drogas, nem citou os assuntos em suas colocações. Frisou bastante a questão dos favores políticos e troca de ministérios por apoio, e consequentemente mais tempo de exibição nas propagandas políticos e principalmente apoio no senado e congresso.

Luciana Genro abordou diretamente temas como aborto e legalização das drogas, apresentando números e argumentos bastante sólidos quanto à descriminalização do aborto e a legalização, ou pelo menos a discussão sobre o assunto. Abordou muito bem a questão da reforma agrária. Porém o PSOL sempre quer ser muito revolucionário, e entra em celeumas econômicas, qual sabidamente, não é possível fazer mudanças drásticas sem causar uma revolução que está muito longe de ser aceita pelos poderes capitalistas, parte da população e principalmente pela elite (elite esta muito bem equacionada pela candidata Marina, que diz demonstrou entendimento que a elite não é formada pelos mais ricos do país, e sim pelos mais inteligentes e consequentemente, senão, mais influentes do nosso estado). Seria interessante se no debate ela tivesse sido mais acionada, pois conforme as regras, jornalistas do grupo Bandeirantes, faziam perguntas diretas a determinado candidato, e escolhia outro para comentar, seria mais produtivo em acioná-la em questionamentos a Dilma, Aécio e Marina. Mais com certeza o saldo sai positivo para essa candidata.

Eduardo Jorge se colocou muito bem, também abordou diretamente assuntos sensíveis, como aborto e legalização das drogas, e se mostrou até mais revolucionário nestes temas que o próprio PSOL, com argumentos muito interessantes. O candidato ainda protagonizou alguns momentos engraçados, como no momento em que disse que se colocassem a divida do Brasil numa ressonância, em analogia a uma auditoria, que ela seria “magrinha” assim como Marina (frente a estar engordada pelos juros bancários), e no momento em que o jornalista Boris Casoy fez a seguinte pergunta: “O PT insiste num plano de censura a imprensa que eufemisticamente chama de democratização da mídia, a bem da verdade, a presidente Dilma, não adotou, criou uma barreira, não tem colocado em prática, apesar da insistência do partido essa idéia. Eu pergunto: se eleito o candidato Eduardo Jorge vai levar esse plano a diante?” no que o candidato simplesmente respondeu: “Não, então sou obrigado a concordar com a presidente Dilma, não levarei (a diante), ficarei com a posição dela”. Pela regra, o candidato podia usar até 2 minutos para a resposta, qual se deu em 6 segundos,  e depois concluiu: “Acabei”, sacando risos dos presentes.

Pastor Everaldo foi o mais insosso dos candidatos, prendeu-se em falar principalmente do estado mínimo e do seu desejo de privatizar todas as empresas estatais, o que com razão diz ser um cabide de emprego, ferramenta de negociata e foco de corrupção.

Levy Fidelix, que assim como Luciana Genro, talvez se fosse mais acionado, tornaria o debate ainda mais interessante, enfatizou em todas as oportunidades, a necessidade de uma auditoria das contas públicas e das dividas do Estado, e entrou em outros assuntos como segurança e transporte público.

Considerações finais:

Dilma se defendeu bem, demonstrou que se preparou para ser atacada, sendo eloqüente, fazendo boas colocações e citando números e fatos favoráveis de seu governo, e números e fatos desfavoráveis do governo do PSDB.

Dilma não atacou efetivamente Marina, porém Marina atacou Dilma, Aécio...diz ser a mudança necessária, sem extremismos, nem de direita, nem de esquerda. Disse querer o melhor dos partidos, falou de união e de não usar a máquina pública como mecanismo de barganha. Portou-se bem em questionamento delicados, principalmente quanto a meio ambiente. Esgueirou-se em certas perguntas.

Aécio usou a velha máxima: o ataque é a melhor defesa e vice-versa. Teve uma ajuda quase que descarada dos jornalistas do grupo Bandeirantes: José Paulo de Andrade, Boris Casoy e Fábio Panunzio. Os seus questionamentos, sempre davam margem para enaltecimento do PSDB e ataque ao PT e a Dilma. Aécio citou bastante seu governo em Minas. Quanto a Marina, disse que ela não represente mudanças, apenas aventura, um “improviso”, que a mudança somente poderá acontecer com ele.

Pastor Everaldo, em determinados momentos parecia perdido, respondendo às vezes desconexamente, sempre falando do Estado mínimo, mesmo que este não estava na pauta. Disse não ser preconceituoso, e como todo cristão, é tolerante, seguindo a premissa de Jesus de amar aos outros como ama a si mesmo. Se mostrou firme, mesmo que não perguntado, ser contra o aborto, contra a legalização das drogas e contra o casamento gay.

Levy Fidelix, o candidato Mário Bros, queria mesmo era ir para o confronto, teve pouco sucesso, não conseguindo confrontar muito os principais candidatos. Porém quando teve a palavra falou bem quanto a divida do Estado, e a necessidade de uma auditoria das contas públicas e da dívida do Estado. Faltou falar do aero-trem.

Luciana Genro demonstrou poder ser a nova esquerda, tocou em assuntos críticos como aborto e drogas, se posicionou muito bem sempre que acionada, principalmente quanto a reforma agrária e quanto as manifestações de junho de 2013. Corrigiu de forma categórica o jornalista José Paulo de Andrade, sobre as reais intenções das manifestações. Elencou semelhanças de Marina com Aécio e Dilma. Se for mais pragmática, menos revolucionária e às vezes taxativa, pode se tornar uma referência como oposição.

Se for eleger ganhador do debate, elegeria MARINA SILVA como vencedora, pelo conjunto da obra, porém ressalto a inteligência, sabedoria, argumentatividade e eloqüência de Luciana Genro e Eduardo Jorge. Aécio, Dilma e Levy Fidelix, ficaram dentro das expectativas. Pastor Everaldo deixou a desejar.

Porém quem realmente determina o ganhador somos nós como eleitores, no dia 5 de outubro na urna, qual não somente determinaremos um ganhador do debate democrático, mais sim elegeremos o futuro presidente do Brasil, que terá influência direta em nossas vidas pelos próximos 4 anos. 

PENSE BEM: VOTE CONSCIENTE!

REDAÇÃO
AFM


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