CONVERSA FILOSOFICA 2: A DESCOBERTA DA ESSÊNCIA VITAL: O NADA

 
O que diferencia o ser humano de qualquer outro ser vivo? Será a inteligência? O discernimento? A capacidade de se reconhecer no reflexo? A capacidade de ser bom ou mal? As habilidades cognitivas e afins? Será a capacidade de lidar com sentimentos? A capacidade de viver harmoniosamente em sociedade, com preceitos éticos, morais e sociais?
A única coisa que diferencia o homem de qualquer outro ser vivo é pura e simplesmente: A FÉ. Não somente a fé em Deus, mas a fé que qualquer coisa alimenta em nosso âmago, desde simples bens materiais, passando por situações e pessoas até chegar a Deus.
Acreditamos piamente naquilo que desejamos, e mesmo sabendo de determinada situação, onde o resultado será certo, quando contrario a aquilo que queremos, temos fé que poderá talvez ser diferente. Porem a fé pode ser cruel, pois nos faz criar expectativas sobre as pessoas, sobre as coisas, sobre os fatos, e inevitavelmente quando criamos expectativas, o resultado somente poderá ser um: o desapontamento, pois quando esperamos muito de algo ou alguém, e nossas expectativas não são correspondidas, sentimos aquele vazio inevitável que se instala pelo resultado contrario ao esperado. Alem de criarmos expectativas, sempre criamos expectativas além daquelas possivelmente alcançáveis, e infelizmente não podemos ter controle sobre as ações e atitudes de outrem ou de algo. Talvez para sermos felizes devamos abrir mão de esperar coisas de algo ou alguém, simplesmente viver, oferecendo tudo, e não esperando nada.
Não devemos esperar nada de ninguém, de lugar nenhum, ou de Deus, devemos apenas e simplesmente viver, pois o inicio e o fim está repleto somente e unicamente de nada. Não há céu, não ha inferno, na há bem, não há mal, não a vida após a morte, vida após a vida, ou qualquer outra coisa, a única coisa que efetivamente existe é o nada.
Para aqueles que acreditarem que isso é errado, é que há alguma coisa depois, ou que acredite que o homem vai para o céu ou qualquer outro lugar pergunto: por que só o homem? Qual a diferença essencial entre você, as bactérias do seu corpo, os cães, gatos, insetos, baleias ou qualquer outro ser vivo? Não soa um tanto narcisista acreditar que somente nós temos o privilégio de qualquer coisa?
Se você se acha especial, se você acredita que você faz alguma diferença no mundo, responda sinceramente: se você morresse agora, o que mudaria no mundo efetivamente? Vou lhe responder: NADA. Para que você não se sinta diminuído, continuemos este exercício filosófico, se Barack Obama, ou qualquer outra pessoa dita importante morresse agora, o que mudaria efetivamente no mundo? NADA, é claro que teríamos confabulações, especulações políticas, econômicas e afins, mas efetivamente, o que mudaria? NADA.
O fato, é que a fé nos condiciona a viver, ignorar, conviver, ou encontrar respostas para este grande complexo de caos, que por coincidência, ou por acaso, ou por pura beleza se organizou, mas efetivamente não significa nada.
Um grande amigo me perguntou o que me deixava nervoso pela manhã, pois ele no dia-a-dia no mesmo ambiente de trabalho notou este comportamento, respondi para ele que, ressalvando que não tenho tendências psicóticas, depressivas ou afins, nem tampouco quero me fazer de vitima, mártir,herói ou bom moço, que o que me deixa nervoso é única e simplesmente minha mediocridade, pois também respondendo a pergunta antes feita: se eu morresse agora o que efetivamente mudaria no mundo? NADA. Na mesma conversa ele me perguntou em que eu acredito, simplesmente respondi para ele: NADA. Por fim me disse que para vivermos é necessário um sonho, um objetivo. Ele me perguntou: Qual o meu sonho? NENHUM.
Somos um compendio de NADA, NADA, NADA,NADA...
Simplesmente vivemos, sem motivos, nem objetivos,estamos vivos e é tudo...
Façamos outro exercício, olhe ao seu redor: quantas pessoas você vê? Veja que cada uma simplesmente está vivendo suas vidas, suas historias, medos, crenças e objetivos. Estenda isso para seu bairro, sua cidade, seu país...o mundo. As pessoas simplesmente estão vivendo. Nascendo, crescendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo, nascendo, vivendo, morrendo...ou seja, vivemos, somos e representamos a verdadeira essência NIILISTA.
O que nos resta é parar de deixar as coisas se perderem enquanto o tempo corre, o tempo corre e correrá, impreterivelmente, porém precisamos observar a estética da simplicidade, da pobreza, do mínimo, do comum. Apreciamos somente aquilo que é fabuloso e deixamos passar o comum. Temos que encontrar o equilíbrio das coisas, o ponto crucial onde a balança pende para o nada, devemos ser espectadores de toda a mágica beleza que tudo no mundo os oferece, desde as coisas naturais como as feitas, desde as grosseiras e toscas até as mais elaboradas, requintadas e finas. É preciso parar de correr para deixar os outros ricos, é preciso deixar de lutar para subirmos a pirâmide e nos tornarmos como aqueles que queríamos substituir para melhor, que se encontra no topo. Devemos nos conformar com nossa condição, e que aquele que teve uma sorte melhor, e que talvez tenha mais recursos e acessos não é diferente da gente, nem tampouco Deus gosta mais dele. Simplesmente as coisas são assim, estamos onde precisamos estar, somos quem podemos e devemos ser. Não necessariamente temos o que queremos, o que merecemos, simplesmente temos. Devemos fazer valer tudo, sempre, buscarmos a sabedoria, conhecimento e cultura, pois somente isso tem algum valor...devemos ser claros em nossas posições, opiniões, relacionamentos, oferecendo tudo, e não esperando nada.
REDAÇÃO
AFM

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