INVERSÃO DE VALORES – Ariadna na Playboy


O mundo está demasiado moderno, estamos caminhando para o apocalipse, mas não como vemos em filmes, ou como está escrito na bíblia, este é um evento moral, espiritual, comportamental...enfim.
O ápice deste evento, o retrato do apogeu pré apocalíptico anunciado é o fato de a transexual Ariadna estar encabeçando a edição especial de 50 anos da Playboy, com cinqüenta folhas destinadas para fotos de nu artístico. Vejamos como o mundo está moderno, numa revista ícone da virilidade, em sua edição especial, teremos como capa e principal atração um...homem. Não sou preconceituoso, nem tenho...nada contra essa pessoa, porém é deplorável tal situação, o mundo está perdido, mergulhado numa total inversão de valores.
As coisas antigamente evoluíam gradativamente, os preconceitos são inaceitáveis, contudo faz parte da sociedade e de tempo em tempo os tabus vão caindo, assim foi com os negros, com as mulheres, com os gays, e mesmo assim ainda infelizmente existem preconceitos, contudo a sociedade se empenha em reverter essa situação, e gradativamente as coisas vão sendo aceitas. E muitas situações o preconceito se reverte em respeito, e logo uma minoria se integra totalmente a realidade da sociedade, e faz mais do que parte constituinte da mesma, se insere totalmente, constituindo um nicho que gera divisas, agrega valores, acrescenta a cultura, gera conceitos éticos, políticos, econômicos e sociais, assim foi com os negros, com as mulheres e com os gays. Como já foi dito, infelizmente o preconceito faz parte da sociedade, e não somente a esses afetam.
 Mas cerca de vinte anos para cá as coisas se desvirtuaram, as coisas evoluíram vertiginosamente, porém de forma negativa, e frente a tudo isso se acabou a inocência infantil, se acabou o respeito entre pais e filhos, se acabou as tardes de domingo em família, se acabou a sociedade como conhecíamos, vivemos agora no mundo moderno, sem leis, sem premissas, sem limites, sem moralidades, sem nada mais, cada um por si e Deus contra todos. As virtudes estão perdidas, os valores decaídos, e é tudo normal, a parcela de caos necessária para o andamento do mundo, usurpou o poder como um todo, trazendo desequilíbrio, antes o que era um caos necessário e controlado, virou desordem e promiscuidade. Os valores estão corrompidos, e o pior não é isso, e sim a banalização das coisas, agora tudo é normal, e sem pudor, fazendo de passeios, praças e largos quase motéis, constrangendo todos aqueles que tem que dividir ambientes comuns com cenas de pederastia, sacanagem, desrespeito, praticamente um vandalismo moral.
Em breve, aqueles que quiserem levar uma vida tradicional, será minoria, seremos recriminados, caretas, chegaremos a um estagio em que serão criados colônias para sociedade tradicional, e o resto do mundo será essa farândula piorada, com menos escrúpulos, menos valores, menos moralidade.
O sexo está em voga, crianças adulteradas, com 11,12, 13 anos tem mais experiência e já teve mais parceiros que muitos que são mais velhos. Encontrar alguém que tenha uma vida sexual tranqüila, com um único parceiro é quase raro, quase motivo de chacota. E as experiências infanto-juvenis não se limitam apenas a experiências sexuais precoces, mas também a homossexualidade. É tudo normal, tudo incentivado, desavergonhado e pluralizado pela mídia em programas de baixa inteligência direcionados a massa ignorante. Adolescentes não tem mais referências, não tem mais ícones de valores, pelo contrário, as referências são ícones do reverso, do contrario, e por mais que ninguém diga, muitos apenas aceitam o que hoje a sociedade e a mídia elegem como exemplos, sub celebridade de sub cultura. A massa se contenta com isso, e todo o lixo que a mídia gera com a banalização e inversão de valores é combustível para o inevitável apocalipse social.
Parte deste problema é que a nossa geração não sabe educar, antigamente os pais eram vistos como pais, e desta forma, era respeitado, suas ordens e ensinamentos eram acatados, pelo menos em sua maioria e pelo menos durante a infância e adolescência, mas agora, crianças de poucos anos mandam em toda a família, mandam em seus pais, em vez de ser o inverso. Nossa geração não sabe e não consegue falar “não”, não sabe impor limites, não sabe orientar, não sabe incentivar o respeito, a cultura e a sabedoria. Na minha infância, me recordo, que quem comprava e escolhia o que eu vestia eram meus pais, em especial minha mãe, e isso era para tudo, roupas, calçados, assim como brinquedos, não tínhamos esse monte de tecnologias quase de berço. Crianças com 5, 6, 7 anos tem celulares... Pra quê??? Qual a finalidade??? Hoje as crianças e adolescentes querem tudo tecnológico, de marca, da moda, saem para “baladas”, quase sempre desacompanhado por adultos, bebem, fumam, cheiram, vêem pornografia, são inundados por uma lavagem cerebral agressiva que açoita suas mentes com associação a sexo, consumo e liberdade. Porém não vemos mais os jovens querendo liberdade de expressão, liberdade de pensamento, busca por cultura e sabedoria, vivem uma vida sem sentido, sem uma motivação real, apenas vivem, consumindo, gastando, sendo da massa manipulável, a mais fácil e imbecil de ser controlada.
Antigamente cada coisa tinha seu lugar, se respeitava limites, porém hoje é tudo misturado, até ícones perdem seus ideais e finalidades, a própria Playboy, ícone de virilidade e, por incrível que pareça com todo o seu machismo, contribuiu para um evento social oposto, o feminismo, pois a mulher deixou de ser vista com desprezo para ser inserida no contexto social, não respeita mais seus próprios princípios, é deplorável, é vexatório.
Antigamente os valores eram respeitados, tínhamos moral, ética, respeito, cultura, sabedoria, hoje quase tudo caiu por terra, temos apenas o caos, a inversão de valores, a deploração da moralidade, enfim, acredito que o mais triste é saber que o “antigamente” e apenas dez anos atrás, triste e preocupante...como que as coisas declinam e enveredam por um caminho desta forma? Nietzsche se vivesse em nossos tempos não levaria tanto tempo para morrer de sua loucura, se mataria antes, desesperado pelo total niilismo que vivemos, e que parece ser a bússola orientadora de nossos tempos, porém em nossa perspectiva o próprio niilismo que vivemos cai no paradoxo de inversamente, além de ser a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê”, não tentar mudar isso, como deveria ser necessário.
Além do aspecto moral e ético da inversão de valores e sua deploração, devemos ainda analisar o fato numa óptica sociopolítica. Quando vivemos em situações extremistas como ditaduras e afins, inevitavelmente, pela ânsia de liberdade e pela ação positiva da sociedade guiados por lideres libertários, ocorrem revoluções e revoltas que culminam num principio de caos, mas que após a queda da opressão se organiza politicamente, buscando-se quase sempre a republica democrática de direito, ou então regimes que semelhantemente, se faz acreditar que é o povo quem tem o poder, e que seus lideres e representantes são eleitos de forma livre e imparcialmente, e que tais lideres buscam melhorar as condições de vida comum da população. Quando vivemos em situações de extremo liberalismo, quase beirando a libertinagem, um evento social contrario também ocorre, e na busca de imposição de valores éticos e morais, surgem grupos extremistas de segregação, onde impera a intolerância, geralmente intolerância a aqueles que pulsam uma perspectiva de quebra de ideais geralmente tradicionalistas, assim surge a homofobia, o racismo, e demais preconceitos, geralmente se usando de violência e agregando desesperados por uma nova ordem, que apresente mudanças para um fim comum, mesmo que os meios não sejam os melhores, mais corretos ou mais cabíveis, pois quando cada coisa não se limita a ficar em seu lugar e tenta estar presente em todos os lugares e fazer parte de tudo instiga este mal. O mundo é capaz de suportar, conduzir e aceitar muitas coisas, a sociedade em sua maioria respeita todos os grupos, cleros, segmentos, nichos, porém também aprecia que cada um fique em seu devido lugar, pois da mesma forma que respeita, espera reciprocidade.
 Por tudo isso, por toda essa péssima perspectiva, questionamos: aonde vamos parar? Qual será o limite da humanidade? Algo deve ser feito urgentemente, devemos organizar as coisas, organizar os valores, rever os limites, o os lugares de cada um. Devemos buscar sempre o respeito, a moral, a ética, a plenitude do convívio social tolerante, cada um com seu espaço e sua importância, mas sem querer usurpar o lugar dos outros. Devemos buscar a fé, buscar a Deus, ou então qualquer entidade superior que se acredite, e principalmente devemos buscar sempre o conhecimento, a sabedoria e a verdadeira cultura, cultura que agregue valores, que incentive a inteligência, não esta sub-cultura, que gera sub-arte e sub-celebridades, devemos buscar a excelência sempre, tenhamos fé que um dia melhora, e se não melhorar, só nos resta cada vez mais tentar buscar esses ideais individualmente acompanhados de uma pequena minoria que ainda acredita também, e deixar que a sociedade se devore se definhe, até que não haverá mais sociedade, não haverá mais cultura comum e universal, não haverá mais leis, moralidades, valores comuns, apenas em pequenos grupos, seremos relegados a viver de forma tribal igual em filmes pós apocalípticos, como Mad Mad, Waterworld, O livro de Eli, enfim,  até que não haverá mais nada.
REDAÇÃO
AFM

Comentários

  1. Gostei muito, Alan....
    e concordo que hoje há inversão de valores....
    Mas ainda há aqueles que prezam por educar seus filhos à moda antiga....
    Quero que minha filha seja criança, que brinque, que se divirta e tenha a noção exata de certo e errado.
    Seu texto foi sublime.
    abraços.
    Kelly Dumas

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